O
comprometimento de funções cognitivas, como a memória, está à espreita à medida
que envelhecemos. Estudos já mostraram que alterações de certas proteínas do
sangue estão diretamente associadas à formação, no cérebro, de placas amiloides
– depósitos que causam inflamações e prejudicam os neurônios, aumentando em até
quatro vezes o risco da doença de Alzheimer.
Projeto do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro recebeu o
Prêmio SAÚDE, uma iniciativa da revista SAÚDE e da Editora Abril que busca
valorizar o empenho de quem pensa, luta e trabalha por um Brasil mais saudável.
O projeto vencedor concorreu na categoria Saúde e Atividade Física,
que prestigia projetos que vão de estudos em fase clínica a campanhas de
prevenção, realizados por cientistas e profissionais de todas as áreas da
saúde.
Conheça o projeto vencedor:
‘A influência de marcadores genéticos específicos sobre os efeitos do
exercício físico na Inflamação e no neurotrofismo em idosos com comprometimento
cognitivo leve’.
Autores: Carla M.C. Nascimento, Jessica Rodrigues Pereira, Larissa
Pires de Andrade, Marcia Regina Cominetti, Orestes Vicente Forlenza e Florindo
Stella
Instituição: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho –
Campus de Rio Claro (SP)
O comprometimento de funções cognitivas, como a memória, está à
espreita à medida que envelhecemos. Estudos já mostraram que alterações de
certas proteínas do sangue estão diretamente associadas à formação, no cérebro,
de placas amiloides – depósitos que causam inflamações e prejudicam os
neurônios, aumentando em até quatro vezes o risco da doença de Alzheimer.
Esse fator genético, e associado ao estilo de vida, pode, portanto,
fomentar o processo de degeneração dos neurônios. Pesquisadores da Universidade
Estadual Paulista, no câmpus de Rio Claro, prepararam um programa de 16 semanas
para medir a capacidade de exercícios físicos de alterar a concentração dessas
proteínas inflamatórias na massa cinzenta de idosos.
Eles foram divididos em quatro grupos, de acordo com a presença ou não
de comprometimento cognitivo e levando em conta o hábito de praticarem ou não
exercício físico. Após os quatro meses, as avaliações mostraram que,
independentemente da presença da alteração genética, todos foram beneficiados
pelos 180 minutos semanais de atividades, distribuídos em três sessões.
Inclusive aqueles que já apresentavam os primeiro sinais de demência tiveram
uma melhora significativa das funções. Em outras palavras, é como se o
exercício ajudasse a pisar no breque nesse processo de inflamação e degeneração
cerebral.
Também foi finalista o seguinte projeto:
Efeito de 10 anos de intervenção de atividade física em Unidades
Básicas de Saúde na aptidão física de seus praticantes
Autores: Priscila Missaki Nakamura, Inaian Pignatti Teixeira, Camila Bosquiero
Papini, Alberto Chiyoda, Eliete Luciano, Kelly Lynn Cordeira e Eduardo Kokubun
Instituição: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – Câmpus de
Rio Claro (SP)
Não são poucos os estudos demonstrando a importância dos exercícios
físicos na prevenção e controle de doenças como diabete, hipertensão e
obesidade, o que leva os serviços de saúde a investirem em programas para
encorajar a população a se mexer.
Mas qual seria o impacto das práticas para atrasar o declínio natural
da força, resistência e agilidade no processo de envelhecimento? Uma equipe da
Universidade Estadual Paulista foi buscar a resposta na análise dos resultados
de uma década de atuação do Programa de Exercício Físico nas Unidades de Saúde,
lançado em 2001 em Rio Claro, interior de São Paulo.
O estudo acompanhou 409 mulheres e 31 homens. Duas vezes por semana, a
turma participava de sessões divididas em três partes. Primeiro, 10 minutos de
aquecimento. Em seguida, 40 minutos de atividades para melhorar a capacidade
aeróbica, fortalecimento muscular, flexibilidade, equilíbrio…
Por fim, mais 10 minutinhos para alongamento. Os profissionais de
educação envolvidos no programa se reuniam semanalmente para discutir o
desempenho dos participantes para ajustar a duração, carga e intensidade dos
exercícios.
A cada quatro meses, os testes para medir os avanços mostraram uma
melhora progressiva em funções como coordenação, agilidade e força muscular.
Uma prova documentada de que as práticas foram determinantes para driblar as
dificuldades impostas pelo envelhecimento na realização das atividades do dia a
dia.
Os selecionados foram submetidos a uma votação, sendo julgados pelos
seguintes critérios: a) Impacto: de que maneira o Trabalho melhorou a saúde dos
brasileiros? Ele fez diferença para determinada comunidade?; b) Educação para a
saúde: o Trabalho ensina a população, de alguma maneira, a prevenir ou procurar
tratamento adequado para determinado problema de saúde?; c) Originalidade: o
Trabalho promoveu avanços na pesquisa científica produzindo resultados inéditos
ou usou de maneira inusitada recursos médicos já existentes?; e d) Uso de
tecnologia: foi usada alguma nova tecnologia importante para a saúde dos brasileiros?
Os trabalhos foram submetidos à votação popular, entre 25/9 e 16/10.
A divulgação dos contemplados ocorreu em evento de Premiação, no dia
25 de novembro de 2015, a partir das 19h30, no Teatro do Instituto Tomie
Ohtake, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, e, posteriormente, em até
cinco dias úteis, pelo hotsite www.premiosaude.com.br.
Matéria publicada no site
Maxpress